PARASHÁ COMENTADA 11
Vayigash, B'reshit/Gênesis 44:18 à 47:27
PARASHÁ COMENTADA
Parashá 11: Vayigash, B'reshit/Gênesis 44:18 à 47:27
Haftará: Ezequiel 37:15-28; Atos 7:9-16
Shabat, 11 de Dezembro de 2021 - 07 de Tevet de 5782
Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas(Atos 13:15) ou Parashiôt. Uma taça de prata foi encontrado no saco do irmão mais novo de Yosef, Beniamin, Yosef exige que ele se torne seu escravo no Egito, enquanto os outros irmãos retornariam ao seu pai.
A Parashat Vayigash começa com o apelo emocionante de Yehudá a Yosef:
"Oh meu senhor, você tem um pai ou um irmão? Meu pai tinha dois filhos com sua esposa adorada Rachel, mas seu filho primogênito foi rasgado em pedaços, e ele nos avisou que, se um acidente acontece a Beniamin, ele iria descer a sepultura com pesar e desgosto. Por favor, me aceite como seu escravo em lugar de Beniamin."
Yosef não podia mais se controlar de tanta emoção diante daquela declaração de amor e responsabilidade de seu irmão Yehudá. Ele mandou sair todos os seus servos para que ele pudesse ficar sozinho com seus irmãos. Então ele fala a célebre frase:
"Eu sou Yosef, o vosso irmão, a quem vendeste ao Egito" Ele disse chorando tão alto que o palácio inteiro pode ouvir. "Meu pai ainda está vivo?"
Mas seus irmãos não lhe puderam responder, porque eles ficaram chocados e impactados na presença de Yosef.
"Não se lamentem por ter-me vendido a este lugar, porque foi o Eterno que me enviou aqui, a fim de preservar a vossa vida. Portanto, não foram vocês que me enviaram aqui.
Agora pois, ide depressa, para o meu pai e dize-lhe a notícia e trazei-o até aqui. Estou disposto a dar para todos vocês o melhor desta terra".
Yosef, em seguida, caiu sobre Beniamin e chorou. Ele beijou seus irmãos e chorou em seus abraços. Seus irmãos também choraram com ele.
Faraó ficou satisfeito ao ouvir a notícia de que os irmãos de Yosef estavam no Egito. Yosef instou para trazer seu pai e suas famílias para o Egito, ele lhes ofereceu as melhores opções para ajudá-los a se mover rapidamente para o Egito onde lhes sustentaria no melhor lugar da terra quando chegassem.
Os irmãos chegaram à casa de seu pai, disseram-lhe que Yosef ainda estava vivo e que ele tinha status real. O coração de Ya'akov parou porque ele não acreditava neles. Mas quando lhe disseram que Yosef tinha dito e, quando viu as carruagens e toda a comitiva real, o espírito de Ya'akov reviveu e ele disse:
"É demais para mim, Yosef, meu filho ainda está vivo, eu vou até lá. Eu quero vê-lo antes de morrer."
Então Ya'akov foi para Be'er Sheva e fez uma oferenda de Ação de Graças ao Santíssimo D'us Eterno, Kadosh Baruch Hu, D'us de seu pai Yitzchak. E Adonai falou com Ya'akov em visões de noite, dizendo:
"Ya'akov! Ya'akov! Eu estou aqui, disse ele. Eu Sou o Eterno, o Elohim de teu pai. Não tenhas medo de ir para o Egito, porque lá farei de ti uma grande nação. Eu estarei com você e tornarei a trazê-lo novamente, Yosef vai colocar a mão sobre os seus olhos quando morreres."
Então os filhos de Yisrael levaram seu pai ao Egito, Yosef foi cumprimentar seu pai em Goshen, lançando-se ao pescoço dele desatou a chorar.
"Agora, eu posso morrer pois tenho visto que você está vivo", disse Ya'akov.
Yosef então falou a Faraó e sugeriu que sua família habitasse em Goshen, também falou da fome em Canaã e pediu permissão para viverem em Goshem. Faraó concordou.
"Deixe-os habitar no melhor da terra de Goshen, e se você souber que existem homens capazes entre seus irmãos, nomeei-os os principais funcionários sobre os gados que eu tenho."
Yosef apresentou seu pai a Faraó, este o abençoou e depois foi para o seu lugar.
A fome era severa em toda a terra, os egípcios já não tinham mais dinheiro para adquirir mantimentos, foram e pediram comida a Yosef, este por sua vez ofereceu comida em troca de suas terras e eles concordaram, assim, Yosef comprou toda a terra do Egito para Faraó, e fez uma lei de que um quinto de sua produção da terra seria de Faraó.
Somente a terra dos sacerdotes não se tornaram propriedade do Faraó.
Então Ya'akov se estabeleceram na terra do Egito, na terra de Goshen. Os filhos de Yisrael adquiriram propriedade lá e foram fecundos e se multiplicaram tanto que a terra se encheu deles.
O sentido Espiritual da Parashá(comentários da Kabalah):
Na Parashá desta semana, acabamos de ler e nos emocionar com a belíssima história de Yosef, que finalmente se revelou aos irmãos e os enviou de volta para casa a fim de trazer Ya'akov para o Egito.
Como Yosef era um canal de revelação da Luz Divina, esta aproximação simboliza a comunicação entre o mundo físico e os Mundos superiores.
Os 12 filhos de Yisrael simbolizam as 12 Estrelas da coroa da Mulher vestida de Sol de Apocalipse 12, que por sua vez representa a Congregação de Yisrael Restaurada, a única Congregação do Eterno na terra, e o domínio que ela exercerá no Reino do Messias.
A palavra Mazal, traduzida como sorte/felicidade, mas também relacionada à ideia de uma influência cósmica, é a contração de três palavras: makóm (lugar), zemám (tempo) e limud (conhecimento).
Para superarmos as más influências desta vida (destino) temos que estar no lugar certo(makom), na hora certa(zemam) e saber como aproveitar cada oportunidade que o Eterno nos dá para realizar nossa Missão neste mundo com o conhecimento(limud) da Torah Sagrada.
Mesmo no mundo das limitações (Egito), podemos construir nosso próprio "Mazal" (sorte/felicidade), assim como fez Yosef, que superou seu destino por meio da Emuná(fé).
Ele assume o controle (governo) sobre o mundo físico, criando sua própria realidade e influenciando as pessoas ao seu redor, Yosef foi o verdadeiro retrato daquilo que Adonai sempre desejou que nós, Yisrael, fossemos aos gentios, a saber, Luz às nações(ver Isaías 49:6).
Yosef não assume o papel de vítima(vitimismo) e não vê os desafios que enfrentou como resultado direto da inveja de seus irmãos, muito ao contrário, ele consegue perceber a presença da Luz Divina em todos os eventos de sua vida, mesmo nos momentos de caos e desespero.
Se entendemos que a Luz está presente em tudo o que nos acontece, não temos porque guardar rancor das pessoas que fizeram algo para nos magoar, nem incentivar seu sentimento de culpa. O perdão nos conecta com as dimensões celestiais mais elevadas dos Mundos superiores.
"E agora, não vos entristeçais nem vos irriteis contra vós por haverdes me vendido para cá, porque para preservar vossa vida Adonai me mandou adiante de vós". (Bereshit 45: 5)
Yosef entendeu claramente que nada, absolutamente nada foge do controle do Eterno D'us Santíssimo, Kadosh Baruch Hu, em toda a sua trajetória trágica passando por todos os problemas que passou, Yosef jamais abalou a sua Fé em Adonai, jamais se lamentou, jamais reclamou de sua sorte, jamais murmurou pois, sabia que tudo aquilo fazia parte de um Plano divino, um plano para a preservação da vida daqueles que um dia seriam Luz para as nações. Como bem falou o Messias:
"Vós sois Luz para a humanidade, não se pode ocultar uma cidade construída sobre um monte, nem se acende uma lamparena para pô-la debaixo de uma cama, mas sobre a mesa e assim, iluminará todos na casa. Assim deve brilhar também a vossa Luz diante dos homens, para que vejam as vossas obras boas de deem glórias ao vosso Pai que está nos céus" (Mateus 5:14-16)
Yeshua fez um Drash das palavras de Isaías que diz exatamente o mesmo:
"Levanta-te, resplandece, porque vem a tua Luz, e a Glória de Adonai nascerá sobre ti; Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão os gentios; mas sobre ti Adonai virá surgindo, e a Sua Glória se verá sobre ti. E os gentios caminharão à tua Luz, e os reis da terra ao Resplendor que te nasceu" (Isaías 60:1-3)
Da mesma forma como Yosef entendeu que, a maldade, a inveja e a falta de conhecimento da Palavra de D'us por parte de seus irmãos o fizeram vender-lhe aos gentios foi uma forma drástica que Adonai usou para preservar a Nação Sacerdotal. Da mesma forma Adonai fez com o nosso Messias Yeshua, os judeus incrédulos, irmãos de Yeshua, ao lhe venderem aos gentios foi uma forma drástica que o Eterno encontrou de preservar Judá da grande apostasia que viria no futuro próximo, apostasia esta já profetizada por Shaul haShaliach em Atos 20:29-30 e 2 Tessalonicenses 2:3-6. Se, caso todo o Yisrael aceitasse Yeshua como Messias, quando viesse a grande apostasia sob o nome de cristianismo, uma grande parcela de Yisrael seria enganada pelo filho da perdição pois, o surgimento desta religião é segundo a eficácia de haSatan(ver 2 Tessalonicenses 2:9), Adonai foi sábio, mesmo na incredulidade Judá preservou o conhecimento da Torah e o contexto hebraico de uma terrível assimilação cristã.
Que Adonai Eterno abençoe a Leitura, o Estudo e a Prática de sua Palavra.
קהילה ישראלית ספרדי נצרית בית בני אברהם
Congregação Israelita Sefardita Netsarim Beyt B'nei Avraham - Belém/Pa
Marlon T. Troccolli.
PARASHÁ COMENTADA
Parashá 10: Miketz, B'reshit/Gênesis 41 à 44:17
Haftará: 1 Reis 3:15 à 4:1; Atos 7:9-16
PARASHÁ COMENTADA 10
Miketz, B'reshit/Gênesis 41 à 44:17
Haftará: 1 Reis 3:15 à 4:1; Atos 7:9-16
Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas(Atos 13:15) ou Parash'ôt. O Faraó do Egito tem o sonho das vacas magras e das vacas gordas e o das espigas boas e más, e ninguém consegue interpretá-lo adequadamente.
Yosef é trazido à sua presença, interpreta como sendo sete anos de fartura que virão, seguidos de sete anos de fome, e oferece sugestões de como gerir o problema. Yosef é nomeado Vice-Rei do Egito pelo Faraó, e se casa com As'nath, filha de Potifera.
Nascem Menasheh e Efraim, filhos de Yosef. Ya'akov manda seus filhos ao Egito para comprar comida. Yosef os recebe, mas eles não o reconhecem. Sim, de fato eles não poderiam reconhecê-lo pois, Yosef estava desfigurado de sua aparência hebraica, ao empurrarem Yosef para os gentios, seus irmãos jamais imaginavam que tornariam a vê-lo novamente, Yosef havia se tornado um estranho para eles, sua aparência, suas vestes, seu nome, tudo havia mudado pelos gentios, não pela vontade dele mas pela força das circunstâncias, Yosef foi considerado um goy por seus irmãos, um estranho, mas Yosef os reconheceu e ficou curioso para saber se eles haviam mudado ou não, então Yosef arquiteta um teste bem bolado. Ele os acusa de serem espiões, e mantém Shimon como refém até que eles tragam B'niamin.
Ya'akov se recusa a princípio, mas depois permite que seus filhos todos voltem ao Egito. Yosef acusa B'niamin de ter roubado seu copo e exige que ele fique como seu escravo.
A narrativa a seguir se torna muito emocionante para Yosef, seu irmão Yehudá, que antes desejou se livrar dele para que Yosef não herdasse os bens do pai, agora, diante da mesma situação pois, B'niamim era o irmão caçula, Ya'akov o amava pois lhe supriu a falta de sua esposa Rachel e de seu filho Yosef já supostamente mortos, se Ya'akov pretendia estabelecer Yosef como seu principal herdeiro, seria lógico transferir esta responsabilidade para B'niamin, mas Yehudá não agiu da forma como ele agiu com Yosef, algo havia mudado no coração dos irmãos de Yosef.
O Sentido espiritual da Parashá (comentários da Kabalah):
Teshuvá é um dos temas da Parashá de Mikets. Esta palavra (teshuvá), muitas vezes é mal traduzida como "arrependimento ou conversão", mas na verdade significa "retorno, volta". Segundo Maimônides, rabino e filósofo espanhol medieval, a Teshuvá ocorre quando uma pessoa, confrontada com a oportunidade de cometer novamente uma determinada transgressão, se abstém de fazê-lo.
Tomar consciência de nossos erros, em vez de servir apenas como uma fonte de culpa, deve tornar-se uma oportunidade de nos aproximar do melhor que podemos ser.
Observamos nas atitudes de Yosef, os atributos da misericórdia, que também devemos nos empenhar para desenvolver: facilitar o arrependimento de alguém que nos prejudicou, sem guardar ressentimento e desejando o seu bem, é uma tarefa nobre e santa, mas que muitos ainda não conseguem praticar, ou por ressentimentos ou por falta de amor ao próximo. Vejam como o caráter de Yosef se assemelha muito com o do Messias quando este disse:
"Aba, perdoa-os pois não sabem o que fazem" (Lucas 23:34)
Yosef demonstra que o passado já não é um fardo para ele. Ele foi capaz de seguir em frente apesar dos horrores que sofreu no poço onde foi jogado por seus irmãos, na sua venda como escravo ao Potifar, na sua prisão por conta de uma Lashon hará que foi acusado falsamente e no longo período preso injustamente, sim, Yosef tinha todos os motivos para odiar profundamente os seus irmãos e desejar ardentemente se vingar deles, ou ao menos fazer justiça pois, tinha poder e direitos para isso, Adonai havia posto os seus irmãos em suas mãos, da mesma forma como colocou o rei Shaul nas mãos de David, mas ambos, Yosef e David resolveram não se vingar, o verdadeiro israelita no qual não há dolo preferiu deixar tudo nas mãos do Eterno, o Juiz de toda a Terra.
Ele faz a suas correções, mas também cria um conjunto de circunstâncias que proporcionam aos irmãos a oportunidade de agir de forma diferente ao "favoritismo" que Ya'akov demonstra em relação B'niamin.
Embora existam numerosos ensinamentos na Porção de Mikets, esta é também uma história sobre sustento e sobrevivência.
Com demasiada frequência, nos encontramos reagindo à "falta de algo" em alguma área de nossa vida. Yosef conseguiu prever que uma seca naquela região, seria a causa de uma grande escassez de alimentos e em vez de fechar os olhos para o problema ou reagir a ele após o fato, agiu de forma proativa.
Ele não consegue evitar a seca, mas evita a escassez de alimentos. Sempre podemos saber escolher como lidar com os desafios: de forma proativa ou reativa, como vítimas ou protagonistas das situações que enfrentamos.
O tema central na vida de Yosef é o sonho, um sonho que vislumbra uma solução de futuro, que não aceita uma realidade limitada e um destino predeterminado.
Ao interpretar o sonho do Faraó, Yosef consegue ir além do futuro profetizado, ele busca uma solução que preservará o Egito.
Observamos sua evolução e crescimento espiritual, não apenas interpretando, mas propondo soluções. Ele age de forma proativa e assume a responsabilidade de fazer algo para modificar a realidade.
Yosef busca o Tikun (correção), a superação de suas limitações, o refinamento com perseverança e vence.
Chanuká é o momento para lançarmos nossas flechas, projetando tudo aquilo que precisamos para o nosso refinamento e crescimento pessoal e espiritual. Chaniká também é resistência contra o mal, contra a imposição, contra a falta de liberdade de escolhas, contra o autoritarismo e perda de nossos direitos dados pelo Eterno, o Livre Arbítrio.
Yosef representa a Luz interna que não se apaga, nem nos momentos de decepção e medo e nem nos momentos de glória e poder. Yosef, o Tsadik/Justo, Yosef, a imagem do Messias. Baruch haShem!!
Que Adonai Eterno abençoe a Leitura, o Estudo e a Prática de sua Palavra.
קהילה ישראלית ספרדי נצרית בית בני אברהם
Congregação Israelita Sefardita Netsari Beyt B'nei Avraham - Belém/Pa
Marlon T. Troccolli.
PARASHÁ COMENTADA 09
Vayeshev, B'reshit/Gênesis 37 à 40
PARASHÁ COMENTADA 09
Vayeshev, B'reshit/Gênesis 37 à 40
Haftará: Amos 2:6 à 3:8; Atos 7:9-16
Shabat, 27 de Novembro de 2021 - 23 de Kislev de 5782
Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas(Atos 13:15) ou Parash'ôt. Esta Parashá inicia com a história de Yosef, o "sonhador" como lhe apelidaram seus irmãos, no entanto, Yosef não foi o único a ter sonhos e visões, entre os nossos Avôt (Patriarcas e Matriarcas), o único a quem nos é dito que teve um sonho foi Ya'akov.
Ya'akov sonhou não uma, mas duas vezes, em seu caminho para fora da Terra (B'reshit 28:12-15) e novamente quando ainda habitava com Labão (31:10-13).
É interessante notar que os outros únicos dois sonhos registrados em B'reshit antes de Yosef eram ocasiões quase idênticos. Adonai apareceu a Abimelek (B'reshit 20:3-7) para avisá-lo de devolver a esposa de Avraham para o seu marido. Adonai, também apareceu a Labão (31:24) para avisá-lo para não atacar Ya'akov.
É razoável supor que Ya'akov falou de seus sonhos, seus significados e seus resultados para seu filho Yosef, o filho favorito, herdeiro das tradições.
Yosef tinha todos os motivos para acreditar que Adonai se revelava a seu pai por meio de sonhos, e que ele deveria considerá-lo como profecia e, concluindo, como Palavra de D'us.
Por isso que, ao ter os sonhos dos feixes, do Sol, da Lua e das Estrelas, Yosef entendeu como uma mensagem divina importante para a família toda, e não como querendo se impor sobre os seus familiares como foi erroneamente entendido por seus irmãos e até mesmo por seu próprio pai, por isso que Yosef resolveu conta-los a seus irmãos.
O mais interessante no último sonho de Yiosef, onde o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam diante dele, não tinha apenas um significado local e contextual, mas tinha dimensões futuras muito maiores, Ya'akov entendeu logo que o Sol representava ele, Yisrael e, em proporções dimensionais, aos Patriarcas hebreus. A Lua representava as Matriarcas hebreias e as onze Estrelas os filhos de Yisrael, pais das doze tribos hebraicas incluindo Yiosef.
O mais fantástico nesse sonho revelador foi o uso dos elementos celestes como o sol, a lua e as estrelas como representantes da Congregação de Yisrael, a verdadeira e única Congregação do Eterno, Adonai torna a revelar esta maravilhosa profecia em Apocalipse 12:1, onde é descrita uma Mulher vestida do Sol, tendo a Lua debaixo dos pés e uma Coroa de doze(12) Estrelas sobre a cabeça, é unânime para todos de que se trata da Congregação do Eterno, o Yisrael Remanescente (os cristãos a chamam erroneamente de "igreja de D'us"), mas o que muitos não atentaram é que Adonai está revelando a Congregação de Yisrael como sua Única Congregação desde o princípio do mundo, Yisrael sempre foi, é e será o único povo de D'us na terra.
É válido se ressaltar que a palavra Yisrael é abrangente e agrega não apenas os elementos étnicos como os elementos enxertados ao povo escolhido do Eterno.
Podemos olhar através da primeira sequência de sonhos e compreender as diferentes reações dos irmãos e de Ya'akov, é evidente a partir dos versos de abertura da nossa Parashá que Yosef foi envolvido em um plano divino que mexeria com toda a estrutura da família.
Yosef então experimentou um sonho com uma implicação óbvia para esse plano divino, seus irmãos o reverenciariam no futuro por algo extraordinário que ele, Yosef, iria realizar em favor deles.
Entretanto ao contar o sonho a seus irmãos eles o odiaram ainda mais, Yosef deve ter ficado confuso com isso, Yosef deve ter se perguntado: por que eles não se interessaram em ouvir a palavra de D'us, tanto mais que ela os afeta de forma tão direta?
Os versos não indicam que os irmãos de Yosef não acreditavam em seus sonhos, mas sim que eles se sentiram ofendidos por eles. Os irmãos tinham um pedaço de informação que ainda não era conhecida a Yosef, de que seu pai pensava constituí-lo sobre seus irmãos, ou seja, Ya'akov pensava estabelecer Yosef como o primogênito sobre seus irmãos, e, ao terem conhecimento dos sonhos de Yosef, seus irmãos passaram a vê-lo como uma grande ameaça à herança de seu pai.
Há uma distinção importante entre uma visão de sonho e um sonho baseado no subconsciente particular de uma pessoa, esta distinção está na interpretação.
Se o sonho é realmente uma profecia, o seu significado deve ser bastante evidente, uma vez que não é gerado pelo próprio subconsciente da pessoa, não precisamos ficar a par do perfil psicológico do sonhador para entender a mensagem.
Um sonho convencional, destes que estamos acostumados a ter, não possuem nenhuma mensagem especial mas apenas o produto do subconsciente e lapsos já vividos, porém, se esse mesmo sonho (ou a mesma mensagem) ocorre duas vezes, já não é uma casualidade, é realmente a Palavra de D'us.
Encontramos esta abordagem explicitamente afirmada por Yosef quando ele explica sonho duplo de Faraó (ver B'reshit 41:25)
A narrativa bíblica que se seguiu relata uma triste história de inveja e ódio, os irmãos de Yosef se sentindo ameaçados por ele, tramaram contra sua vida, a intenção era realmente mata-lo mas Rubem aconselhou-os a não fazer isso e ainda planejou livrar Yosef devolvendo-o ao seu pai, mas Yehudá teve uma ideia melhor, vende-lo como escravo, assim, eles não derramariam o sangue de seu irmão e ainda se livravam dele se tornar o herdeiro principal de seu pai.
Yosef agora como escravo, num pais estrangeiro, no meio dos gentios pagãos, jamais foi abandonado pelo Eterno, "e tudo que ele fazia, Adonai prosperava em suas mãos" (B'reshit 39:3), esta era a resposta do Eterno, Yosef estava só mas não abandonado. Entretanto, servir ao Eterno não significa que estaremos isentos de provações, a péssima conduta da mulher de Potifar colocou Yosef na prisão do palácio real, onde somente homens que serviam às autoridades eram presos, todavia, mesmo na prisão a Mão do Eterno era com ele, e a mesma bênção continuava: "e tudo que ele fazia, Adonai prosperava" (B'reshit 39:23)
Ao ouvir dois sonhos (do copeiro e do padeiro do rei), Yosef percebeu que havia recebido um ministério profético, mais e mais Yosef foi entendendo que algo muito maravilhoso ainda estava por vir para ele, pois, se as interpretações dos sonhos dos dois funcionário reais se cumpriram com uma precisão cirúrgica, então logicamente seus sonhos haveriam de ser algo mais excelente, e assim, Yosef esperou pacientemente o agir e o tempo do Eterno.
Repentinamente a Parashá dá uma pausa na comovente história de Yosef para relatar um episódio um tanto inusitado, Yehudá contrariando as ordens de seu bisavô Avraham e de seu avô Yitzchak foi e se casou com uma mulher pagã cananéia, da qual teve 4 filhos, 3 homens e uma mulher, parece que estes filhos de Yehudá herdaram toda a maldade dos cananeus, povo de sua mãe pagã, tanto que Adonai os fez morrer ficando apenas Shelá, neste trecho da Parashá percebemos que a Lei do levirato já era praticada antes mesmo da Torah ter sido proclamada no Sinai, isso é mais uma prova de que a Torah já existia de forma oral na qual era passada de pai para filho.
A história de Tamar e Yehudá nos vem mostrar que Adonai sempre põe em juízo o seu povo, quando andamos por caminhos não muito convencionais. Fora da Torah, estaremos sujeitos aos infortúnios da vida, os rabinos sempre afirmaram que a Torah é uma cerca de proteção que nos livra dos infortúnios caso a cumpramos verdadeiramente.
Sentido espiritual da Parashá (comentários da Kabalah):
A bela história de Yosef é um retrato fiel do contexto universal do Messias e seu povo, Yosef foi protagonista de um contexto que iria se repetir com a nação de Yisrael séculos depois, assim como ocorreu com Yosef também ocorreu com o Messias, Yosef foi odiado por seus irmãos porque seu pai queria lhe dar o domínio sobre sua herança fazendo-o primogênito sobre eles; as autoridades judaicas da época de Yeshua não queria aceitar a autoridade dada por D'us ao Messias por terem inveja de sua sabedoria e comunhão com o Pai; Yosef foi simbolicamente morto por seus irmãos, sendo que eles planejaram a sua morte mas, não a executaram com as próprias mãos, todavia inventaram uma mentira da morte de Yosef a seu pai e com o tempo passaram a acreditar como se fosse verdade; também as autoridades judaicas por diversas vezes conspiraram em matar Yeshua, e o fizeram não por suas próprias mãos mas, pelas mãos dos romanos; Yosef foi vendido por seus irmãos por 20 moedas de prata aos gentios; Yeshua foi vendido por 30 moedas de prata e também entregue aos gentios; Yosef foi viver contra a vontade no meio dos gentios os quais lhe desfiguraram a imagem, os egípcios mudaram as vestes de hebreu para vestes egípcias, mudaram o rosto com pinturas, puseram uma peruca em lugar de seu cabelo natural, mudaram seu nome hebreu para um nome pagão gentio (Tzafnat-Pa'neach - Gêne. 41:45); O mesmo ocorreu com Yeshua, a figura do Messias judeu passou para o mundo cristão mas estes mudaram sua aparência, os cristãos mudaram a cor de sua pele, a cor de seus cabelos, de seus olhos, mudaram as suas vestes hebraicas para vestes pagãs romanas, até seu nome hebreu foi mudado para um nome pagão "Jesus"; Os irmãos de Yosef não o reconheceram por ele estar tão desfigurado; igualmente Yeshua, nenhum judeu consegue reconhecer o nosso Messias no meio cristão por ele estar tão desfigurado também, somente por revelação divina um judeu consegue reconhecer o Messias de Yisrael.
Finalizando, esta Parashá nos deu um vislumbre de como ocorreu com o nosso Messias a semelhança do justo Yosef, ele foi feito o Salvador de seus irmãos quando estes estavam em apuros de fome, quase a perecerem, seus irmãos o procuraram sem saber quem ele realmente era.
Da mesma maneira Yisrael clamará pelo Messias no futuro, quando estiverem em aperto na grande angústia de Ya'akov que ainda virá a nós, quando o Gogue atacar Yisrael e cerca-lo com todos os exércitos do mundo, Yisrael clamará pelo Messias e ele aparecerá para eles, então Yeshua lhes dirá: "Eu sou Yeshua, o vosso irmão o qual vendestes aos gentios."
Da mesma forma que os irmãos de Yosef choraram amargamente de remorso quando o reconheceram, também Yisrael chorará ao reconhecer Yeshua como seu irmão rejeitado:
"E derramarei sobre a família de David e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de ação de graças e de súplicas. Olharão para aquele a quem traspassaram, e chorarão por ele como quem chora a perda de um filho único, e lamentarão amargamente por ele como quem lamenta a perda do um primogênito." (Zacarias 12:10)
Que Adonai Eterno abençoe o Estudo, a Leitura e a Prática de sua Palavra.
קהילה ישראלית ספרדי נצרית בית בני אברהם
Congregação Israelita Sefardita Netsarit Beyt B'nei Avraham - Belém/Pa
Marlon T. Troccolli
PARASHÁ COMENTADA
B Parashá 8: Vayishlach
Parashá 8: Vayishlach,B'reshit/Gênesis 32:3 à 36
Haftará: Oseias 11:7 à 12:12(As.); Obadias 1:25(Se.); 1 Coríntios 5:1-13; Apocalipse 3:5 e 7:1-12
Shabat, 20 de Novembro de 2021 - 16 de Kislev de 5782
Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas(Atos 13:15) ou Parash'ôt. A Parashá inicia com um pedido de reconciliação de Ya'akov a seu irmão Esaú, parece que Ya'akov não tinha escolha a não ser cruzar com Esaú se ele quisesse realmente voltar para a terra de seus pais.
Mas o Midrash(Livro) nos diz algo interessante, o Midrash considera Ya'akov como alguém que puxou a orelha de um cão com raiva! Em outras palavras, depois de 34 anos vivendo em seu próprio clã, Esaú pouco se importava com as bênçãos que foram "roubados" por seu irmão Ya'akov.
Foi Ya'akov que despertou em Esaú sentimentos do passado ao mandar mensageiros anunciando a sua volta, talvez, se Ya'akov tivesse voltado em silêncio e se estabelecido em Canaã sem anunciar a seu irmão, Esaú pouco se importaria com ele.
Entretanto, Ya'akov era irmão "gêmeo" de Esaú, se fosse apenas um simples irmão já era ruim o suficiente, mas um irmão gêmeo era realmente perigoso, porque isso significava que Ya'akov compartilhava com Esaú certas características genéticas inadequadas sob o ponto de vista moral e ético, como qualquer irmão gêmeo poderia compartilhar.
Essa semelhança ficou concretizada quando Ya'akov, em uma atitude não muito ética comprou a primogenitura de Esaú, e depois levou suas bênçãos.
O que Ya'akov não percebeu na época, era que ele estava assumindo mais do que o direito de primogênito, e consequentemente sua bênção espiritual especial. Na verdade, Ya'akov também estava assumindo o mau-caratismo de Esaú.
Por isso, o confronto de Ya'akov com Esaú foi planejado pelo próprio Eterno. Para Ya'akov, foi um encontro com o destino, de um momento para se fazer a ruptura final do caráter tortuoso de Esaú, e ele tinha razão, pois o seu nome foi alterado de Ya'akov para Yisrael, isto é, só Ya'akov que era o irmão gêmeo de Esaú, Yisrael não, Yisrael agora era uma nova criatura, mudança de nome para o Eterno significa mudança de caráter, é por isso que o anjo Elohim que mudou seu nome disse:
"Seu nome não será mais chamado Ya'akov, mas Yisrael, pois lutaste com Elohim e com o homem, e prevaleceste" (B'reshite 32:28)
No entanto, a luta principal aqui mencionada foi a luta interior de Ya'akov, ele lutou para limpar-se de suas semelhanças tortuosas com Esaú, na tentativa de identificar a sua verdadeira identidade de servo do Altíssimo. Isto que eu chamo de uma verdadeira Teshuvá, toda pessoa que se diz fazer Teshuvá e não muda nada em sua vida anterior, em seu caráter e em seus comportamentos, em suas ações, desejos, ambições e pensamentos tortuosos esse tal JAMAIS fez alguma Teshuvá para o Eterno, está enganando a si mesmo e a Comunidade, mas nunca enganará o Eterno.
Um detalhe, eu não creio e nem compartilho da ideia de que o anjo Elohim que lutou com Ya'akov era o "anjo mal de Esaú", essa ideia não condiz nem com o contexto do texto e nem o contexto espiritual do mesmo, Ya'akov estava sendo provado naquela hora, na mina opinião, era o mesmo anjo que estava provando Abraão quando este estava para sacrificar seu filho Yistzchak, o anjo da provação, o contexto diz que Ya'akov ficou só para buscar ao Eterno pois estava com medo de seu irmão Esaú, o anjo da provação apareceu e Ya'acov estando em profunda angústia começou a lutar com ele sem saber quem era.
A luta que começou com Ya'akov continua ao longo da nossa história como Povo Escolhido do Eterno, para o nosso próprio período de tempo, e, talvez, para além dele.
Todos nós somos confrontados com uma luta semelhante, para chegarmos a um nível tal que significa ser um verdadeiro israelita em quem não há dolo-falsidade (ver João 1:47).
Fazer Teshuvá requer uma renúncia, uma renúncia de qualquer coisa que nos prenda ao paganismo do sistema religioso popular, há aqueles que dizem ter saído de Babilônia mas, carregam na bagagem muitas coisas (doutrinas e crenças como também um caráter duvidoso) que os mantêm presos ao sistema religioso cristão, e, portanto, continuam escravizados.
As principais "bagagens romanas" que certas pessoas insistem em trazer para a Teshuvá são trinitarismo, unicismo, sabatismo lunar, cobrança do dízimo cristão, santa ceia, nascimento virginal e etc... Os que continuam com estas práticas romanas, infelizmente continuam escravizados ao sistema religioso babilônico.
Depois que Ya'akov sobreviveu com sucesso ao encontro com Esaú, fisicamente e ideologicamente, ele se mudou para Siquém, onde acampou com sua família.
O passuk (capítulo) 34 nos diz que Dinah, a bela filha de Ya'akov e Leah, saiu para ver como eram as filhas da terra, Dinah cometeu dois graves erros, um: de procurar saber como viviam os pagãos do lugar, geralmente os gentios pagãos cometiam e ainda cometem as maiores aberrações e pecados, o que significava um risco ao caráter de Dinah; e outro: ela provavelmente saiu sozinha sem pedir aprovação de seu pai e aproveitando da ausência de seus irmãos, por isso, fatalmente se colocou sob a vista de Siquém ben Chamor (literalmente: Siquém, filho de uma jumenta!), o filho do chefe de Siquém, que, ao considera-la uma bela jovem a violentou. Parece que este rapaz tinha o mórbido hábito de abusar das moças as quais sentia-se sexualmente atraído.
Uma observação: Estamos no mundo para sermos Luz aos gentios e não para admirarmos o que eles fazem de errado, quando começamos a apreciar a maneira como os gentios vivem já começamos a decair em nosso processo de Teshuvá e, as consequências podem ser fatais para nós mesmos, como o foi para Dinah.
A violação física de qualquer mulher é um crime hediondo e horrível sob a ótica da Torah Sagrada, muito mais ainda para a filha de um Patriarca que havia passado por um grande processo de Teshuvá, para melhor servir ao Eterno.
A notícia do que aconteceu foi um tremendo choque à família de Ya'akov, ele tinha "lutado com Elohim e com o homem", e tinha prevalecido, no entanto, pouco depois, ele foi humilhado por Siquém ben Chamor, e teria que carregar isso para o resto de sua vida.
Entretanto, apesar de tudo isso, Ya'akov ainda agia com serenidade digna de um servo de D'us, apesar de todas as células do seu corpo gritar "Vingança!" ele manteve a paz, mesmo aceitando Siquém e seu pai em seu acampamento, e seu pedido para casar com sua filha (após a realização de B'rit Milah) reparando assim o mal que havia praticado.
Shimon e Levi ao saberem do ocorrido planejaram algo ainda muito pior que o mal feito a sua irmã. Eles foram até a cidade de Siquém, e executaram centenas de pessoas inocentes, homens, mulheres e crianças, raptaram Dinah da casa de seu marido também.
Mais tarde, no final do Sêfer Bereshit, Ya'akov vai criticar duramente o comportamento de seus filhos e até mesmo amaldiçoar sua ira por causa dos danos que ela causou.
Ele vai dizer-lhes como eles agiram como Esaú, e não como B'nei Yisrael, tomando a espada para vingar o mal feito a sua irmã colocando-se no lugar do Eterno, o Juiz de toda a terra.
A Parashá finaliza com Ya'akov, em primeiro lugar, reconhecendo a Divina Providência, em tudo isso. Ele fez um Hanefesh Cheshbon, uma prestação de contas de suas ações, para ver o que ele podia ter feito, ou deixado de fazer, que poderia ter levado a uma tal catástrofe como a de Siquém.
Ele lamentou os resultados com certeza, mas, em seguida, ele começou em um processo de auto correção, a fim de abrir o caminho para a Providência Divina mais favorável no futuro, na verdade Ya'akov fez uma reforma religiosa nos membros de sua família, ordenou que todos, inclusive Rachel, se desfizesse de seus antigos ídolos adorados em sua terra natal, este foi realmente um ato de verdadeira Teshuvá para a família de Ya'akov.
Quando um gentio se converte ao nosso D'us, ele precisa se livrar de todas as coisas que o prendem ao paganismo de tais crenças como: doutrinas, práticas, tradições, costumes, superstições, hábitos e nomes de deuses falsos.
Yisrael também passou por dois outros momentos impactantes em sua vida, um foi o nascimento de Benyamin seu caçula e a perda lastimável de sua amada Rachel, e outro, foi o incesto de Reuven deitando-se com sua concubina, parece que o pai da nação de Yisrael seria provado até o findar de seus dias, ele tinha de deixar o exemplo de Fé para a futura geração.
O povo de Yisrael passou e ainda vai passar por muitas provações, na verdade nós já enfrentamos várias tribulações ao longo de nossa história, foram duas destruições da nossa Cidade Santa e do nosso Templo sagrado, duas diásporas, uma que dura até hoje, uma perversa inquisição cristã, vários pogrons, um holocausto que quase dizimou nosso povo e uma futura tribulação que virá em forma de tempo de angústia de Ya'akov, mas em tudo isso, nada, absolutamente nada poderá abalar a nossa Fé Patriarcal. Bendito seja o Eterno!
Sentido espiritual da Parashá (comentários da Kabalah):
Esta porção fala sobre Ya'akov, sua luta com o anjo e o seu confronto final com Esaú, que queria matá-lo.
O nome Ya'akov em hebraico, significa "ele suplantou". Como indivíduo, Ya'akov estava muito ansioso e com medo do que poderia lhe acontecer:
"E temeu Ya'akov muito, e angustiou-se" (Gênesis 32:7).
Assim como Ya'akov, nós também passamos por momentos de profunda angústia, e os obstáculos adicionais que surgem, servem para nos fortalecer e então, prosseguirmos com redobrada energia. A vida de um verdadeiro israelita não é nada fácil neste mundo.
A ideia do combate associado ao desenvolvimento espiritual aparece em todo o texto da Torah.
Ya'akov está pronto para dar o grande salto de sua existência, sendo que para
isto, ele é obrigado a travar um grande combate.
Enfrentando seus medos e fragilidades e recusando-se a deixar o combate sem ser abençoado, Ya'akov luta até o alvorecer, segundo os ensinamentos dos sábios, perder ou ganhar não deve ser o nosso foco, porque a única forma de sairmos derrotados da batalha é quando nós nos retiramos do combate antes do sol voltar a brilhar.
Sempre que estamos próximos de uma revelação luminosa da Luz Divina "forças assediadoras do mal" investem em mil obstáculos para nos desviar do Caminho santo.
A perseverança representa a resistência necessária para a superação dos momentos difíceis. Permanecer Fiel mesmo quando nossas expectativas não estão sendo correspondidas é, na verdade, um grande desafio, entretanto, não devemos confundir permanência com a teimosia, que reflete apenas um desejo carnal do ego.
Aquele que permanecer Fiel até o fim esse será chamado de Vitorioso e, por conseguinte, um candidato à Vida Eterna segundo está escrito:
"O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do Livro da Vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos Seus anjos" (Apocalipse 3:5)
Que Adonai Eterno abençoe a Leitura, o Estudo e a Prática de sua Palavra.
קהילה ישראלית ספרדי נצרית בית בני אברהם
Congregação Israelita Sefardita Notzerit Beyt B'nei Avraham - Belém/Pa
Marlon T. Troccolli
PARASHÁ COMENTADA
Parashá 7: Vayetze, B'reshit
Parashá 7: Vayetze, B'reshit/Gênesis 28:10 à 32:3
Haftará: Oseias 12:13 a 14:10; João 1: 43-53
Shabat, 13 de Novembro de 2021 - 09 de Kislev de 5782
Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas(Atos 13:15) ou Parash'ôt. A Parashá inicia com a ida de Ya'akov à Harã a fim de encontrar uma esposa dentre os parentes de sua mãe, chegando a um lugar para descansar, ao dormir teve um belo sonho, uma grande escada que pega da terra até ao céu, anjos subindo e descendo por ela e Adonai está bem o início dela.
Se a escada no sonho simboliza o processo histórico das nações ascendentes uma após a outra, a palavra "Alav" seria referindo-se à escada ou escalada destas nações. Adonai é o mestre final ao longo da história; o Todo-Poderoso é uma força ativa em todo este processo histórico e seu árbitro.
Nesta interpretação, o sonho de Ya'akov tem um significado e implicações universal. Ele também tem um significado pessoal para o futuro de Ya'akov como um dos patriarcas do povo de Yisrael. Adonai promete a Ya'akov um futuro glorioso que consiste em uma grande nação dentro de Eretz Yisrael.
Numa interpretação rápida e didática podemos dizer que a escada do sonho de Ya'akov represente o Messias, aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, que deve ligar o Povo da Aliança ao Eterno seu D'us:
"E lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos do Eterno subindo e descendo por meio do filho do homem" (ver João 1:51)
Observamos que Adonai dá chances a todas as nações, mas a Yisrael Adonai dá uma chance a mais, todas as nações que, por livre escolha, continuaram no paganismo desapareceram da história, os egípcios que chegaram a ser um grande império no oriente, hoje não existem mais, o mesmo podemos falar dos filisteus, assírios, babilônicos, persas, antigos gregos, romanos e etc.. Todos estes povos um dia existiram, deixaram marcas de suas presenças no mundo, mas hoje já não existem mais, simplesmente porque optaram em viver no paganismo e nunca se voltaram ao Eterno, o Senhor da história.
Mas Yisrael, com toda a sua debilidade espiritual, ora caindo ora levantando, permanece até hoje vivo, Yisrael é a única civilização histórica antiga a atravessar todo o período da história universal e permanecer até hoje, para mostrar que as Promessas do Eterno nunca falham:
"Porque os Dons e a Vocação do Eterno são irrevogaveis" (Romanos 11:29)
Ao acordar, Ya'akov assustado expressa sua admiração para a presença do Eterno e na santidade do local, que ele chama Beyt'El, "A casa de Elohim".
Ele ergue e unge um pilar dedicatório, utilizando as pedras sobre as quais ele havia dormido, a experiência de sua revelação, e ele faz um voto aparentemente condicional de devoção ao Eterno, verificamos que o costume de dizimar estava restrito anteriormente a um voto condicional.
Chegando em Harã, Ya'akov encontra um número de pastores em um poço, que lhe identificam Rachel. Ele apresenta-se em lágrimas e beija Rachel na face, emocionado em saber que finalmente havia encontrado a família de sua mãe.
Ya'akov aceita trabalhar para Labão por sete anos, em troca do casamento com Rachel, no final da época para iniciar suas núpcias ele teve uma grande surpresa, na noite de núpcias, depois que o casamento é celebrado, Labão substitui Leah em lugar de Rachel para a noiva que se destinava a ele.
Ya'akov, que exerceu a sua quota de enganos familiares, agora é a vítima do engano do seu tio. Ya'akov tem permissão para casar com Raquel, assim que à espera da "semana do casamento" de Leah se conclua, e obrigando-se a servidão por mais sete anos.
A tensão entre as irmãs e esposas encontra expressão na desigualdade de suas fertilidades. Leah, a esposa desprezada, dá à luz Rúben, Simeão, Levi, e Judá.
Uma Rachel invejosa dá a Ya'akov sua serva Bilah como concubina e substituta, e Bilah dá à luz a Dan e Naftali. Leah segue o exemplo da irmã invejosa, dando a Ya'akov sua serva Zilpah, que dá à luz Gad e Asher. Rachel, ainda sem filhos, compra mandrágoras de Leah em troca da transferência dos direitos conjugais daquela noite para sua irmã mais velha.
Leah então concebe de Ya'akov mais três filhos: Issacar e Zebulom, e uma bela filha, Dinah. O nome de cada criança reflete o contínuo desejo de cada irmã para garantir de Ya'akov o amor e validação marital.
Após o nascimento do sétimo filho de Leah, a amada Rachel finalmente dá à luz a Yosef, cujo nome sugere tanto a "remoção" do sentimento de vergonha de Rachel, e a esperança de oração para um filho "adicional".
Ya'akov pede permissão ao seu tio sogro de retornar para Canaã com suas esposas e filhos, pedindo a todas as ovelhas manchado e salpicado nos rebanhos como pagamento por seu trabalho.
Mas, diante da constante falta de honestidade de Labão, Ya'akov lança mão de certas práticas pouco difundidas na Bíblia para aumentar o número de tais animais através da manipulação das condições sob as quais reproduzem os rebanhos.
Ya'akov cresce bastante e fica próspero através deste esforço, e ao fazer isso desperta o ciúme dos filhos de Labão.
Ya'akov se afasta com sua família agora considerável e grande em uma fuga por ordens divinas. Labão persegue-o, acusando-o inescrupulosamente de ter fugindo com suas filhas.
Rachel rouba os ídolos caseiros de seu pai, imagens veneradas que, segundo os habitantes de Harã, proporcionava sorte e proteção à casa. Ela consegue esconde-los com sucesso, apesar das tentativas agressivas de seu pai para recuperá-los.
Ya'akov faz um discurso inflamado em sua própria defesa, então finalmente entra em uma aliança com Labão, a criação de um Marco comemorativo é feita.
Ya'akov chama o marcador em hebraico de Gal-ed - "Monte do Testemunho". Laban chama de "Yegar Sahaduta" em aramaico nomeadamente, estas são umas das poucas palavras em língua aramaica na Torah.
Anjos aparecem a Ya'akov após a partida de Labão. Em uma reprise da cena da Parashá logo no início, Ya'akov declara: "Este é o acampamento de Elohim." E chama o local de Mahanayim (dois acampamentos).
Sentido espiritual da Parashá(comentários da Kabalah):
Esta Parashá, como muitas outras, mostra como a mão do Eterno conduz os destinos de Seu povo, Adonai não comanda os assuntos dos homens tirando-lhes o poder de escolha(livre arbítrio), mas Ele interfere quando necessário, Ya'akov não precisava ter enganado seu pai para obter a Bênção Patriarcal, Adonai certamente encontraria um jeito de conduzir os destinos do Povo da Aliança, porém, Adonai tenta sempre consertar os erros de seus amados assim como fez com Avraham.
Ya'akov ao buscar uma esposa para si obedecendo as ordens de seus pais, é protagonista de uma bela história de amor recheada de frustrações.
Uma esposa amada e uma desprezada, esta situação não poderia ficar assim, Adonai entra em cena abençoando a desprezada com muitos filhos(sinal de bênçãos na cultura semítica) e impedindo a esposa amada de gerar filhos, quando esta deixa de confiar em seus deuses pagãos e então, resolve pedir ajuda ao Eterno, é abençoada com a concepção em resposta as suas orações, depois, quando Labão de maneira desonesta muda várias vezes o salário de Ya'akov, Adonai entra em cena novamente concedendo a Ya'akov benefícios de conseguir recuperar tudo que Labão havia lhe tirado.
Isto nos mostra que nunca devemos pensar que estamos sós ou que Adonai não olha por nós, ou que Ele não vê nossas más ações, nada, ou que Ele não está atento às maldades que os outros nos fazem, absolutamente nada foge ao controle do Eterno, sempre teremos recompensas do bem ou do mal que praticamos, o exemplo de Ya'kov está aí para qualquer um ver, ele foi punido por ter feito o que fez com seu pai e irmão mas, foi socorrido quando estava sendo explorado por seu tio, devemos estar sempre dispostos a acatar nossos infortúnios quando praticamos coisas erradas, reconhecendo nossos erros, e nunca perder a Fé quando tivermos de passar pelo Vale da Sombra da Morte, nestes momentos cruciais de nossas vidas, onde observamos tensões no mundo, pestes e pandemias, Adonai pede apenas a sua demonstração de Fé, apenas isso:
"Ora, sem Emuná é impossível agradar ao Eterno; porque é necessário que aquele que se aproxima de D'us creia que Ele é real, e que é um galardoador dos que o buscam" (Hebreus 11:6)
Que Adonai Eterno abençoe a Leitura, o Estudo e a Prática de sua Palavra.
קהילה ישראלית ספרדי נצרית בית בני אברהם
Congregação Israelita Sefardita Netsarit Beyt B'nei Avraham - Belém/Pa
Marlon T. Troccolli
o texto aqui...